Alguém me chamou a atenção da existência de uma organização que, brilhantemente, se apelida de "Cuidar de Quem Cuida".
Fazer a apologia da organização seria, quase, pleonasmo. Basta entender o nome, o propósito, o princípio que norteou a escolha do nome e da função é que me compete realçar.
Alguém que precisa de cuidados está sob o foco de quase todos.
Quem cuida será que também é reconhecido como gente?
Quem cuida poderá vir a encontrar o apoio de outrem?
Quem cuida poderá ter direito a estar com alguma patologia?
Quem cuida precisará de atenção para que, não pouco frequentemente, venha a precisar também de um cuidador?
Quem cuida cansa-se!
Quem cuida dorme com um olho aberto!
Quem cuida "presta contas" a quem o interroga se é ou não correto o seu procedimento para com o paciente!
Quem cuida é digno de compreensão, carinho, reconhecimento e humanismo!
Quem cuida, as mais das vezes, não o escolheu ser...foram as agruras da vida que o fizeram.
O que se pretende não é fazer do cuidador (que dizem "informal" - termo não do meu agrado) um coitadinho, muito menos mais digno de atenção que o paciente. Não. Nada disso.
Só, e este só é cheio de aspas, se solicita a todos nós, repito, todos nós, pois cada um pode um dia estar de um dos lados das "definições".
Paremos um pouco. Pensemos um bocadinho. Olhemos para dentro de nós e meditemos.
Cuidar de quem cuida é imperativo. Nada nem ninguém ficará indiferente se inquirir algum cuidador (o tal "informal") o que na vida dele mudou.
Melhor ainda, perguntem-lhe o que se mantém intocável desde a sua situação ter passado para o lado de quem cuida de alguém.
Nunca, em tempo algum, se está aqui a pôr em causa a obrigação de o fazer. A vontade de o ser. O queixume do facto.
Entenda-se, tão só se pretende fazer emergir de alguma escuridão, o que cada cuidador MERECE , CARECE, para ser consignado como alguém que falha muitas vezes. Perde a paciência outras tantas vezes. Não aborda a patologia do paciente da melhor forma.
Claro.
Aceito todos esses erros.
O cuidador também é humano, convém não esquecer. Por isso falível, incapaz da perfeição.
Aliás, dependendo da patologia do paciente, cada dia é um DIA DIFERENTE, também para quem cuida.
Fecho como abri: Bem haja quem cuida dos cuidadores. Disse.
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