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Sobre livros e lições de vida

Hoje mesmo eu andava a caminhar pelas ruas da freguesia, quando precisei parar por um instante para dar passagem a uma turma inteira de miúdos que vinha a passear com as professoras da classe. Eles deviam estar a aprender sobre a vizinhança (da maneira mais inteligente que eu percebo, ou seja, ao vivo e em cores). Reparei que as mestras lhes davam as mãos, incentivavam à exploração, apontavam para todos os sítios: talho, lotaria, bar, padaria, igreja.


(Pronto! Passado nem um minuto e eu estava lá com o pensamento a vagar como sempre).

62 anos de idade faço daqui a um mês. E alguém teria alguma ideia de qual atividade eu mais gosto? Algum palpite sobre o que me estimula, me motiva? Eu conto: adquirir conhecimento. Em linguagem mais clara: amo aprender, estudar, desafiar o cérebro.

Defesa da Tese de Mestrado

Não por acaso, este ano estou a iniciar um Doutoramento para acrescentar ao meu currículo.


Eu? Eu quero é poder dialogar sobre diferentes culturas, compreender melhor meus filhos e netos, participar de rodas de conversas estimulantes, me surpreender com as descobertas, ampliar minhas perspectivas sobre o universo.


Geralmente, quando eu digo isto, esbarro com a mesma pergunta vinda de toda gente:

- “Mas para quê?”  

- “Ora, ora” - respondo brincando – “para ficar mais inteligente, porque sábia eu já sou!”


Inteligência e sabedoria: os conceitos se confundem, mas são distintos. Inteligência é a capacidade de aprender, entender e resolver problemas, isto é, a aplicação do conhecimento de maneira eficaz. Enquanto isso, a sabedoria se refere ao uso equilibrado, ético e racional do conhecimento adquirido nas experiências vividas e nas lições aprendidas com o tempo.

Em linguagem básica seria mais ou menos assim: a inteligência se adquire com os livros; a sabedoria se consegue com a alma!


Os miúdos do começo desta história precisam ainda ser, nessa fase da vida, incentivados, guiados e puxados pelas mãos por seus pais e educadores. Nós, pelo menos nesse aspecto, conhecemos uma das grandes vantagens de envelhecer, que é: temos autonomia para caminhar sozinhos e sem parar, até quando quisermos, rumo ao mundo fascinante da aquisição do conhecimento, pois agora temos sabedoria suficiente para usufruir do bem-estar que estimular a mente pode proporcionar!

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